Estamos perdendo a liberdade de expressão e isso começou com o humor
Antes de tudo, é bom esclarecer que este texto não tem viés político. Não se trata de uma defesa da esquerda, da direita ou do centro. O único objetivo deste texto é repudiar um acontecimento recente: a condenação de um comediante a oito anos de prisão, além de uma multa milionária, por conta de uma piada.
Censura no humor: o início do fim do riso
Você pode não gostar do estilo do comediante, da linguagem abordada, das piadas, da postura, do texto, do cenário, do figurino ou do tom usado, ou até mesmo do estilo. No entanto, decretar oito anos de prisão por uma piada é, claramente, uma tentativa de silenciar o humor.
O comediante é um artista, e antes de se apresentar, ele escreve o roteiro, ensaia, realiza testes e se prepara, tudo isso com um único objetivo: fazer rir. Ou seja, ele está trabalhando, e como qualquer outro artista, ele usa de exageros, sátira e ficção
Humor é arte, não crime
É fundamental entender que o que se diz ou faz no palco, não necessariamente representa a opinião pessoal ou as ações reais daquele artista fora dali, nem das pessoas que o assistem. Assim como um roteirista que escreve uma história sobre violência não é um criminoso, ou um ator que interpreta um vilão não é mau na vida real.
Para citar exemplos claros e bem conhecidos, temos Adriana Esteves (Carminha), Matheus Solano (Félix), Renata Sorrah (Nazaré). Todos eles viveram personagens intensos e controversos, e nem por isso foram confundidos com os papéis que interpretaram.
O mesmo vale para comediantes que marcaram gerações, como Caco Antibes (Miguel Falabella) e os Casseta & Planeta, que usavam sátira e crítica social como forma de humor. E rimos.
Liberdade de expressão no humor é essencial para a democracia
O palco é um espaço de liberdade criativa. Confundir ficção com crime é um erro grave e perigoso. A censura no humor não apenas ameaça os artistas, mas também coloca em risco a liberdade de todos. Humor é arte. E arte deve ser livre.
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